Realtragismo no Cinema

 

*8 Milímetros*

8 Milímetros é de 1999, e protagonizado por Nicholas Cage, em papel de Tom, um detetive particular que é contratado para descobrir a veracidade de um vídeo deixado por um velho milhonário que morreu e deixou a viúva às culpas, pois este vídeo mostra uma moça sendo morta sob tortura sadomasoquista, e na história mostra-se, por descoberta do detetive, que foi o velho mesmo quem contratou o vídeo mortal, e por isso a viúva se mata.

O teor Realtragista está no drama pessoal do detetive Tom, que é casado, tem uma filha ainda bebê, e é um tipo de bom homem, mas que ao longo da investigação, por ser obrigado a adentrar o submundo do mercado pornográfico ilegal, vai entornando de posto na história, até que é colocado num ultimato, onde ele encontra os responsáveis pela morte da moça e, ao invés de se convencionar ao papel normal do mocinho-herói, este detetive mata violentamente o primeiro criminoso, à coronadas.

Já o segundo a ser morto, vitimado por vingança, é o carrasco que no vídeo executou a jovem. O papel deste homem é um ser que usa uma máscara de couro, é violento e passa a todo o momento uma imagem de mostro, mas que, por ironia Realtrágica: este carrasco mora com a mãe, além de ser, em casa, um filho exemplar e ter uma postura de CDF, mas que ao embater-se com Tom, faz o explícito discurso Realtragista, ao afirmar que não tinha traumas, não era louco, mas que matava e sentia prazer em causar a dor porque era aquilo que o definia. E o ponto que fecha a história é de Tom, que mata em legítima defesa, mas antes mesmo de ter decido ir matar, já definira este fim, por já ser parte daquele submundo, e tomar consciência de si e da mudança que em nele se fez com esse caso, em que ele acaba matando duas pessoas pela morte de uma, mas que desde o início só esteve nisso pelo dinheiro e pela garantia do futuro da filha, que contrasta com o da moça morta.

É um filme Realtragista não só pela discussão que trouxe sobre a loucura ou o nível de sanidade sadomasoquista, mas também porque mostra um herói com interesses próprios e alheio de valores e sentimentos que não sejam os seus, pensados e postos em prática e não só reagidos, como ocorre na vingança. Tom não mata para se vingar ou vingar a moça, mas por entender ser justo... e de uma justiça que não é a comum, mas sim a sua: que já está distorcida pelas mudanças que a investigação deste submundo lhe fizeram.



*Última Parada 174*


Se para o Realtragismo o homem é o herói e o vilão de si mesmo, destaquemos neste filme o retratado principal, ora como bandido, ora como um rapaz que sofre por ser fruto da falha Política de Estado carioca.
Destaquemos ainda a dramaticidade da mãe que não é a mãe deste rapaz, e unamo-la aos desembocante fim: trágico.
É da vida suburbana carioca que o filme trata; é da realidade com a tragédia; é um filme Realtragista típico, que cobra do espectador uma opinião sobre a realidade apresentada
.


*Bicho de 7 Cabeças*

O drama Realtragista está exlícito na luta entre o interno e o externo do personagem principal. Se o Realtragismo traz a discussão antes da tese, este filme põe o protagonista no fio que divide opiniões, não pintando ao espectador em momento algum um estereotipo, multifaceando-o a cada cena, e deixando a conclusão sobre a pessoa deste personagem, assim como a opinião sobre a loucura, a critério de cada um.
A tragédia é o personagem em si, uma espécie de tragédia interna.


*Jogos Mortais*

O argumento do filme é Realtraista.
Não há mocinhos nem heróis; todos são culpados, inclusive as vítimas. E não há um só volume, dos cinco, que contradiga esta idéia.
O Vilão principal já é uma vítima, pois têm um câncer maligno e degenerativo. E, até um possível mocinho, um deteve que persegue este vilão, tem culpa na história; assim como também uma outra deteve... todos morrem.
O Realtragismo está no seu ponto culminante em representação neste filme, mesmo cruel e saguinário, vemos a reflexão aí, que cobra a todo momento um repensamento sobre a vida... proposta esta: Realtrágica.

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